Cuidados com os olhinhos do bebê
A visão é um dos principais sentidos dos seres humanos. É através dela, que vemos objetos, cores e o rosto de quem amamos e por isso, os olhinhos merecem atenção especial. Para garantir a prevenção de doenças oculares nos bebês não seria diferente, sendo necessários alguns cuidados ainda durante a gestação e após o nascimento, ensina a Dra. Fernanda Guedes, médica Oftalmolmogista, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Glaucoma.
1- Quais os cuidados que a mãe deve ter durante a gravidez para prevenir doenças que podem prejudicar a visão do bebê?
Para garantir uma gestação tranquila e segura do bebê é fundamental que a futura mamãe tome alguns cuidados especiais. Fazer o acompanhamento pré-natal e adotar um estilo de vida saudável, evitando o consumo de drogas, bebidas alcoólicas e tabagismo são algumas dessas práticas. Outra forma de suprir as necessidades diárias durante a formação do bebê e manter uma alimentação balanceada e rica em proteínas (carnes magras, aves, peixes), ferro (leguminosas como feijão, grãos de bico), vitaminas do complexo B (tomate, ervilha, brócolis), cálcio (leite, iogurte, queijos e derivados). O consumo de fibras, presentes nas frutas e cereais integrais, também são essenciais e os exercícios físicos devem ser realizados com cautela e sob supervisão, para assim aliviar eventuais desconfortos trazidos pelas mudanças no organismo.
2- Como funciona a substância que é pingada no olhinho do bebe assim que ele nasce?
O CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) recomenda a realização do teste do olhinho em todos recém-nascidos. Trata-se de um exame simples, rápido e indolor, onde consiste na identificação de um reflexo vermelho que aparece quando o feixe de luz ilumina o olho do bebê, podendo assim ser utilizada um medicamento tópico (tropicamida) para melhor visualização e identificação das estruturas oculares.
Geralmente, este medicamento é um midriático de curta duração (pico em 20 a 40 mim) que facilita o exame de fundo de olho, com recuperação da visão em torno de 1 a 6 horas, sendo contra indicada apenas em casos alérgicos a substância.
3- Quais são as doenças mais frequentes que podem ocorrer no aparelho visual do bebê?
O teste do reflexo vermelho ou teste do olhinho, é uma ferramenta para detecção precoce de alterações que possam comprometer a transparência dos meios oculares como o glaucoma congénito, toxoplasmose ocular, retinoblastoma, descolamento de retina, catarata congênita, entre outros. A identificação precoce destes problemas possibilita o tratamento no tempo ideal para que assim ocorra o desenvolvimento normal da visão ocular nos lactentes
4- Como deve ser a limpeza dos olhos do bebê?
A higiene ocular pode ser realizada umedecendo um algodão em água morna e passando na pálpebra em direção aos cílios, devendo trocar o algodão antes de limpar o outro olho. Para retirar a secreção que forma no cantinho do olho, pode-se usar uma gaze dobrada ao meio e umedecida com água morna.
Em casos de obstrução de vias lacrimais, além da higienização recomenda-se associar massagem e drenagem da secreção acumulada, devendo sempre procurar ajuda com oftalmologista especializado.
EVITE:
– uso de água boricada, ela quando usada, pode irritar a região ocular.
– uso de remédios caseiros como chá de rosas e camomila, por exemplo.
– Colírio, este é um medicamento que não deve ser usado sem prescrição ou orientação médica.
5- Quando fazer o primeiro exame oftalmológico no bebê?
A primeira avaliação ocorre ainda na maternidade, quando o pediatra faz o teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho. Vale lembrar, que este é um exame importante e, por isso, toda criança deve passar por uma consulta oftalmológica já nos primeiros 6 meses de vida, para que possa avaliar mais profundamente o desenvolvimento da visão e detectar precocemente qualquer alteração que possa afetá-lo.
O exame oftalmológico é diferente em lactentes, crianças e adultos, não somente por uma questão de colaboração e entendimento, mas também pela anatomia e maturidade do sistema visual.
Fonte:
Fernanda Guedes de Oliveira
Médica Oftalmologista, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Glaucoma
CRM: 5283127-1