Introdução alimentar
A introdução alimentar é o processo pelo qual toda criança passa após os 6 meses de vida. E isso quer dizer que além do leitinho materno, o bebê começará a ingerir alimentos sólidos, como: legumes, frutas, mingaus, carnes, entre outros. Antes dos 6 meses o Ministério da Saúde recomenda que o bebê deve ser alimentado, exclusivamente, com o leite materno: “A alimentação saudável nos primeiros anos de vida, que inclui a prática do aleitamento materno exclusivo até seis meses de idade e a introdução de alimentos complementares em tempo oportuno e de qualidade, mantendo o leite materno até 2 anos de idade ou mais, resulta em inúmeros benefícios para a saúde das crianças em todos os ciclos de vida” ou o leite de fórmula apenas sob prescrição médica.
Uma pesquisa realizada pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde constatou que, o consumo de alimentos de crianças entre 6 e 23 meses não é adequado. Veja, abaixo, os dados da pesquisa realizada com 38.566 pais, de todos os municípios do país, que relataram o consumo de alimentos de seus filhos no dia anterior a consulta do pediatra:
53% se alimentaram com leite materno;
73% ingeriram diversidade alimentar mínima;
14% consumiram de ferro;
63% consumiram alimentos ricos em Vitamina A.
Outro dado alarmante da pesquisa, principalmente pela riqueza e variedade de alimentos que o nosso país produz, é a preferência das famílias pelo consumo de alimentos ultraprocessados, no lugar de produtos frescos, in natura:
56% comeram alimentos ultraprocessados;
14% consumiram hambúrguer e embutidos;
40% tomaram bebidas adoçadas;
27% ingeriram macarrão instantâneo;
32 % comeram biscoito recheado.
Por isso, os cuidados na hora de fazer o prato do bebê devem ser dobrados, os papais e mamães devem apresentar sabores variados para que a criança conheça os diferentes sabores: doce, amargo, azedo, salgado e aprimore o seu paladar. O mesmo acontece com as texturas: em pedaços, papinhas amassadas ou ralados, os alimentos como frutas e legumes vão compor nesta fase as porções do bebê além do leite materno.
Outra dica importantíssima, é em relação ao momento da refeição. O bom e velho “cadeirão”, aquele que toda criança tem uma foto de infância, ainda é uma boa pedida para que o bebê participe da mesa com os pais, avós, irmãos, sem TVs, brinquedos, tablets ou celulares que possam atrapalhar esse momento.
Como falamos dos industrializados e processados, devemos lembrar que o organismo do bebê ainda é frágil e ele não sente “vontades” de provar doce ou salgado, portanto, se habituará com que lhe for oferecido para consumo. O sal e temperos industrializados não são conhecidos pelo paladar da criança e podem ser substituídos por: salsinha, cebolinha, hortelã, entre outros.
A família também pode aproveitar as adaptações e mudanças e experimentar coisas novas para uma alimentação mais saudável, como: sal marinho e substituir o açúcar refinado pelo mel ou mascavo – o bebê só poderá consumi-los após um ano de idade. A má alimentação é um dos fatores que contribuem para o aparecimento da obesidade infantil cada vez mais cedo, por isso fuja das frituras, refrigerantes e corantes e ultraprocessados.
Com informações de:
Caderno de Atenção Básica –Saúde da Criança | Aleitamento Materno e Alimentação Complementar, 2ª Edição, Ministério da Saúde http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
Conselho Federal de Nutricionistas
http://www.cfn.org.br/index.php/consumo-alimentar-de-criancas-ate-dois-anos-nao-e-adequado/